Aquele que protege é o mesmo que ameaça: a atuação do Estado em contextos de extrativismo e conflito ambiental em Minas Gerais, Brasil

  • Lívia Ferraz da Costa Duarte Universidade Federal de Minas Gerais - Brasil
Palavras-chave: Modernidade, Estado, Mineração, Conflitos ambientais

Resumo

O presente trabalho, a partir da tecitura de uma crítica à modernidade e ao exercício do poder estatal  que se formula ainda em moldes de exploração, domínio e colonização, tem como objetivo analisar as duas facetas do Estado: ao mesmo tempo que este serve como instrumento de proteção, ele vem como um ator fundamental para a legitimação e permissão da implantação de projetos extrativistas. A chegada do empreendimento minerário Minas-Rio, na região da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, Brasil, é bastante representativa dessa figura ambígua que é o Estado. Neste tocante, analisarei as transformações socioambientais provocadas pela mineração e algumas reflexões sobre a lógica que sustenta o licenciamento ambiental do projeto.

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Biografia do Autor

Lívia Ferraz da Costa Duarte, Universidade Federal de Minas Gerais - Brasil

Mestranda em Antropologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (PPGAN/UFMG). Foi bolsista de iniciação científica do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (GESTA/UFMG

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Publicado
2019-12-30
Como Citar
Ferraz da Costa Duarte, L. (2019). Aquele que protege é o mesmo que ameaça: a atuação do Estado em contextos de extrativismo e conflito ambiental em Minas Gerais, Brasil. Religación, 4(22), 13-20. Recuperado de https://revista.religacion.com/index.php/religacion/article/view/541