A construção dos campos científico, universitário e seus reflexos na produção do Homo Academicus de Pierre Bourdieu
Resumo
Neste estudo estabelece-se como objetivo esclarecer como as noções de campo, habitus e capital participam da estrutura dos campos científico e universitário. A questão discutida incide sobre o modo como Pierre Bourdieu, não apenas realiza um exercício que consistiria em aplicar tais noções conceituais ao âmbito prático da produção científica e da vida acadêmica, assim como, elabora uma epistemologia que explora o sentido e os impactos sociais dos paradigmas de funcionamento desses espaços sociais. Não se pode esquecer que o autor elabora sua teoria como quem também participa desses espaços, como quem conhece o jogo e as lutas concorrenciais. A questão que intriga Bourdieu, e que o conduz em todo o seu esforço teórico para evidenciar a estrutura estruturante que incide sobre os agentes dos campos é: quem seria o homo academicus? Aquele que gosta do acabado! Essa resposta, porém, embute novas interrogações, todas elas implicadas no entendimento do funcionamento do campo. Esse homo academicus seria afetado pelas condições de possibilidade de seu pertencimento ao campo científico e ao campo universitário e estaria envolto a inúmeros conflitos, à illusio, isto é, as posições que ocupa não são uma garantia de pertença, vai depender de sua destreza no jogo, do lugar, ou de que lado do grupo se encontra. Constitui-se, então, em objeto de análise bourdieusiana sobre a estruturação dos espaços sociais a partir de sua dimensão política, e o homem que se constrói nesse processo dinâmico.
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